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QUANTO MAIS QUENTE MELHOR

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NUNCA POR CALADOS NOS CONHEÇAM

Uma carta esclarecedora

Com a devida vénia, transcrevo uma carta cujo conteúdo dispensa quaisquer comentários da minha parte.



Linda-a-Velha, 25 de Julho de 2012


Ao Major General
José Filipe Arnaut Moreira
Chefe de Gabinete de Sua Exa o Ministro da Defesa Nacional Senhor General


          Em 24 de janeiro p.p. dirigi-lhe carta, solicitando dar conhecimento de situação que sucintamente ali expunha, a Sua Exa O Ministro, avançando poder apresentar outros elementos , se necessários para esclarecer a situação.

          Nada foi solicitado.

          Escrevi-lhe, na firme convicção de poder contar com a sua honestidade e ética profissional.

          Ainda que nada possa desmentir, não ter o sr General transmitido – como lhe era solicitado – o assunto a Sua Exa o Ministro., o que é um facto é que o assunto complicou-se, arrastando-se sem solução até aos dias de hoje.

          Tendo já merecido, por incumprimento de decisão judicial do TCA – Sul de 12.1.2012 e por recusa tácita de prestação de informação legalmente devida : queixa ao 1o Ministro, queixa à Assembleia da Republica e, por fim, queixa-crime, por “denegação de justiça” à Procuradoria Geral da Republica.

          Igualmente espero, em breve avançar com processo de indemnização contra o Estado.

          E tudo por que, o MDN, na esteira de ordenar ao BPI-Pensões para actualizar o processo e pagar, quando o BPI-Pensões lhe solicita o fornecimento de “orientação” para o cumprimento do acórdão, nem sequer se digna responder.

          Talvez que o sr Secretário de Estado, se esqueça (ou não saiba) os procedimentos a que é obrigado, quando ao serviço da administração pública, julgando – quem sabe – encontrar-se no desempenho de actividade privada, nomeadamente como director financeiro no Metro do Porto.

          Senhor General: os nossos valores são necessariamente diferentes. Bastará o numero de anos que passei no Ultramar, onde iniciei a vida como Alferes. Nenhum de nós é melhor que o outro. Mas somos diferentes. Aquilo que lhe pode despertar profundo interesse, pode não ter qualquer importância para mim e vice-versa. Só que a dimensão dos problemas , só pode ser avaliada por quem os vive. Quem conhece a dificuldade da pega , não é o espectador que está na bancada, mas o forcado que a vai executar.

          Tenho dívidas, que poderiam ser ( se não a totalidade, pelo menos em grande parte, se sacado 40% de IRS à cabeça) liquidadas, pelo dinheiro que o BPI-Pensões me deve. Mas tenho a vida infernizada , sem necessidade, pois que em estado de saúde muito pouco famoso (estenose aórtica grave, osteoporose com 3 vertebras colapsadas e insuficiência renal fase IV) e com 80 anos, estou “no terço superior da escala de promoção por distinção” para o Outro Mundo, o que a suceder, vai deixar a mulher – sem necessidade nenhuma – cheia de problemas, e tudo, por que o Estado tem um comportamento, incompetente, irresponsável e caloteiro, que em nada se coaduna com um Estado de Direito Democrático, recordando a declaração de uma portuguesa que em tempos, no extinto jornal A CAPITAL, se interrogava sobre o Estado em que vivíamos seria “ de sacanas governados por bananas; ou de bananas, governado por sacanas”.

          Os Governos mudam, mas os problemas mantêm-se. E manter-se-ão, enquanto persistirem em tratar o Estado como uma empresa.

          Sua Exa o Ministro não gostou das declarações do Bispo das FA, D. Januário Torgal. Está no seu direito. Não iria tão longe. Mas não tenho a mínima dúvida, e afirmo, sem o mínimo resquício de dúvida, ter o Governo (na pessoa do Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos serviços do Ministério afins) um comportamento INCOMPETENTE, IRRESPONSÁVEL E CALOTEIRO.

          E isto, sr General, solicito-lhe que o transmita a Sua Exa o Ministro. Queira sr General, receber os meus melhores cumprimentos


Eduardo Matos Guerra – Cor.Cav. (ref) 

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