
Zemba, Angola, 1974
O quadrado mais claro à direita é o quartel de Zemba. Sede de um Batalhão, neste terreno que antes da guerra fora um terreiro para secar café, estiveram aquartelados durante vários anos cerca de trezentos militares.
A faixa de terreno à direita era a pista de aterragem para aviões ligeiros. Curta e com uma curva junto ao quartel, era um perigo para as aeronaves. O que justificou os vários acidentes que lá ocorreram.
À esquerda da figura pode ver-se a sanzala onde viviam umas dezenas de nativos, quase todos capturados em operações. Uma vez instalados, facilmente esqueciam a dureza e penúria que viviam no mato. Construíam as suas palhotas e dedicavam-se às suas culturas tradicionais: mandioca, feijão e milho. Nas imediações procuravam caça e, na época da colheita do café, deslocavam-se para plantações abandonadas onde, sob a protecção das nossas tropas, colhiam toneladas de bagas.
A fotografia foi tirada no final da época seca (do "cacimbo") e pode ver-se uma queimada. E era aí, nesses terrenos cobertos de cinza fertilizante que preparavam o terreno para ser cultivado.
De
jotaeme a 18 de Outubro de 2007 às 23:26
Caro Companheiro: Eu estive aquartelado em Zemba durante junho1972 a julho de 1973.É com emoção que revejo estas fotos do teu blog!
Sem dúvida recordações para a Vida !!!
Abraço!
Jorge madureira
Bat. 3880/C.Caç 3535
Caro amigo e companheiro
Peço desculpa, mas só hoje é que vi o seu comentário, que muito agradeço.
Com efeito, estivemos ao mesmo tempo em Zemba . Eu cheguei lá de avião na segunda semana de Maio de 1973 como oficial de operações do Batalhão que rendeu o seu. As tropas do meu Batalhão só começaram a chegar a 15 de Maio.
De Jose catalo a 17 de Junho de 2013 às 18:28
Só hoje tive conhecimento, estive ausente de Portugal. Só quem não tem respeito e amizade por aqueles que comanda podem esquecê-los. Foi um dia muito dificil pois perdi um elemento do meu grupo e um amigo que sempre me respeitou.
Um abraço para si.
José Catalo
De Paixão Garcia a 3 de Agosto de 2008 às 01:39
Camarada, estive em Zemba de 72 a Junho 73, dai fui para Maquela do Zombo. Foram tempos difÍceis, mas que recordo com nostalgia, e que gostaria de lá voltar, para comer uns bons bifes de Pacaça em Santa Eulália (ClARO QUE É LIRISMO, POIS CERTAMENTE NADA RESTAS DESTES LOCAIS PARADISIACOS. Um abraço.
Também eu estive no Zemba, mas entre 1968 e 1969.Pertenci ao Batalhão de Caçadores 2833. Fui Furriel do 2º. Pelotão da C. Caç.2309.Deixámos uma placa relativa à morte de um camarada e um pequeno monumento com os nomes de todos os militares do pelotão. Não sei se quando lá estiveram ainda se encontravam ou se já haviam sido destruídos.
Aprendi a conduzir nos jeeps da tropa na recta de Monza(picada que dava para a Sanzala que mostra na foto) O resultado foi atirado quatro militares fora do jeep e partir uma G3. É bom recordar estes momentos. Saúde para todos
Caro amigo
Não lhe posso confirmar se a placa lá estava. Já lá vão 35 anos...
Mas posso dizer que não era costume derrubar essas placas, porque faziam parte a memória do local. Julgo, no entanto que, finda a guerra, os Angolanos acabaram por dertruí-las. Ou deixá-las ao abandono, o que vai dar ao mesmo.
Um abraço
De Fernando B. Pimentel a 9 de Dezembro de 2010 às 07:19
Ao ver estas imagens do Zemba fazem recordar-me os momentos que lá vivi, e que continuam na minha memória. Acerca do nome de Fernando Vouga penso que estou certo ao recordar qual a posição que tinha na comp.(CCS) do Batalhão de Cav. 8322/73, ( FCMont. Vouga) mas que eu não vou divulgar pois gosto de manter a privacidade. No entanto sinto uma alegria enorme em ver esta foto do local que me albergou até ao momento que fomos para o tal verão quente em Luanda.Acerca das placas claro que em 1974 ainda lá ficaram . Um Grande abraço F. Pimentel antigo FM Op Esp que actualmente se encontra em Sydney Austrália
Caro amigo
Obrigado pelo comentário.
Tem razão. Ao tempo eu era capitão e desempenhava as funções de oficial de operações desse Batalhão.
Camarada José Catalo,
Fui alferes miliciano da C.Caç. 3535, que esteve em Zemba em 1972/73. Comandei o 2º pelotão e lembro-me perfeitamente da placa a que se refere, que estava mesmo à frente da caserna onde os meus homens estavam alojados. A placa era uma chamada de atenção para o facto de que nós não estávamos ali em gozo de férias...
Saiba que tenho vindo a acompanhar com muito gosto tudo o que tem publicado no blog que em boa hora resolveu dedicar ao seu batalhão.
Um grande abraço
Caro camarada
Cheguei a Zemba na primeira quinzena de Maio de 1973 para coordenar a rendição. Trabalhei em conjunto com o seu comandante de Batalhão, de quem guardo as melhores recordações.
As tropas só começaram a chegar em 15 de Maio.
Assim sendo, estivemos os dois ao mesmo tempo nessa santa terra.
Quanto ao blogue, está de momento adormecido por falta de "inspiração". Ou seja, o que se está a passar com as Forças armadas e em especial com quem combateu em África é simplesmente vergonhoso e tira toda a vontade de recordar esses tempos em que sofríamos as agruras da guerra mas fazíamos boas amizades.
Um grande abraço para si.
Prezado Fernando Vouga,
Cruzámo-nos, com efeito, em Zemba, naquele já longínquo mês de Maio de 1973. Mas não foi por muitos dias, pois, assim que chegou a vossa companhia operacional que rendeu a minha em Zemba, eu parti para o novo poiso em Ponte do Zádi, no Subsector de Maquela do Zombo, com o encargo de tratar da transferência, na qualidade de receptor, das instalações, material, documentação, etc. Como calcula, não tenho a mais pequena recordação da sua fisionomia. De qualquer modo, depois destes anos todos, "reencontramo-nos" neste cantinho da Internet. Milagres da tecnologia...
Quanto a este seu blog, é evidente que me interessa sobremaneira tudo o que publicar a respeito de Zemba , mas não deixo de ler com muito interesse todo o resto. Tenho subscrito o feed do blog e, portanto, sou automaticamente notificado sempre que publicar um novo artigo, que não deixo nunca de ler.
Um forte abraço
Caro amigo
Apesar de eu estar no início da terceira comissão, chamavam-me o "capitão maçarico". Lembra-se?
Confesso que não me lembro de um tal epíteto ter sido aplicado à sua pessoa, mas não me surpreendo. Se o batalhão era maçarico, logo todos os seus elementos teriam que ser maçaricos também, eheheh!
Três comissões é muita comissão para uma pessoa só! Ainda por cima, em Zemba não podia ter a sua esposa junto de si, no caso de ser casado. Era uma violência.
No fim disto tudo, ainda por cima, apesar de todos os sacrifícios inauditos por que passaram para conseguir aguentar uma guerra em três frentes distintas durante mais de uma década (feito que poucas forças armadas no mundo poderão reclamar), os antigos combatentes vêem-se hoje confrontados com a mais despudorada falta de consideração por parte de garotelhos sem qualquer experiência de vida, que chegaram (ou querem chegar) aos lugares mais altos da governação através apenas de intrigas e clientelas partidárias. Ao que chegámos!
Um abraço
Caro amigo
Se por acaso está interessado em saber um pouco mais da minha experiência africana, pode ler o livro anunciado neste blogue, cujo título é "Caminhos perdidos na madrugada".
Terei muito gosto em oferecer-lhe um exemplar. Para tal, basta saber o seu endereço de correio.
Um abraço
Caro Fernando Vouga,
Fico muito desvanecido com a sua oferta que, confesso, não esperava. Se não se importa, aceito a sua oferta, que desde já agradeço. O meu endereço de correio não-electrónico vai seguir por correio electrónico, para o endereço que se encontra na sua página de perfil.
Um abraço de agradecimento
Fernando de Sousa Ribeiro
De Anónimo a 6 de Junho de 2009 às 00:30
Caros Amigos,
Tambem estive no Zemba no ano 1968 companhia 2309, infelizmente um acidente no trajecto da sanzala para o acampamento, fez com que viesse para o hospital militar e deste para Lisboa. Penso que voltar ao Zemba não será fácil porque penso não existir nenhuma sanzala e a picada já deve ter desaparecido. Em Março deste ano fiz o trajecto Luanda Carmona passando por Úcua, Píri, Quibaxe, Dange, Vista Alegre, Aldeia Viçosa, Quitexe e Carmona. Em Vista Alegre, no cruzamento que dá para Cambamba, estive com um Angolano que estava a acabar de chegar de Cambamba (a pé) ao falar com ele disse que o meu Land Cruiser não tinha condiões por enquanto de lá chegar, curiosamente disse que só os unimogs conseguem lá ir. Em 1968, tinha ele 15 anos, encontrava-se na "Mata". Fiquei de brevemente, quando a picada for reabilitada, ir visita-lo.
Um abraço amigo,
João Santos
Amigo joão estoun à espera que o meu amigo veja o nossa página, Batalhao2833 e se pronuncie.
Um abraço doo Catalo
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